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quarta-feira, 22 de março de 2017

A POESIA ...

A POESIA ...

"A poesia é rima clara?"
Perguntou, ninguém... a outro.
Ele riu na sua cara...
E respondeu, contrafeito:

A poesia é água na fonte.
Balada ao nascer do dia.
Gesto de amor, carinhoso.
Raiva e muita magia.
É sobretudo, inquietação.
Expectante... ou distante.
Poesia... é ser queixoso.

E se levar no queixume...
Pétalas de amor-perfeito.
Ou, imperfeição nas palavras...
Aí é sangue nas veias.
Burburinho, solidão.
É água que desliza no colo,
de uma mulher em parto.

Também é calos nas mãos,
ou suor de camponês...
Pode ser um carpido...
Indigente que pede esmola.
Ou: criança a brincar na rua.
Terra no rosto, olhos na lua...

A poesia pode encantar.
Sobretudo, deve ficar.
Na retina, além do tempo.
Para não ser, catavento...

Pode até ser rima.
Mas... muito mais do que isso.
é mutação em palavras.
Mesmo que derrape em safras
fogosas e corredias.

Ninguém... olhou o outro.
Sem saber do que falara.
Para ele a poesia, era...
Rimar e pronto!

Antónia Ruivo

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