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quinta-feira, 7 de maio de 2009

Escultura

ESCULTURA

Fui rebelde no teu desejo,
No simples afagar da alma,
Cruel no acenar do adeus
Que todos os dias revejo,
Preso em correntes de calma,
Destes momentos sempre teus.

Vagueei nos rumos da sorte,
Do esperar por tua doce voz,
Eclipse de carinhoso sorriso
Olvidado em mãos de consorte,
Tu e eu, os dois aqui, a sós
Tudo o que agora preciso.

Faço-me cais do teu navegar,
Gávea soprada pelo vento
Em odor do teu maio belo.
Rebento como onda nesse mar
Na fúria louca do desalento
Nos murais de teu castelo.

Seduzes-me em lauta beleza
De lúzios cor de eternidade,
Brilho raro e ofuscante
Que esconde tamanha tristeza,
Paixão feita simplicidade,
Corpo esculpido, viciante.

Fernando Saiote (Pedras Soltas)

1 comentário:

Paula disse...

Uma escultura que conseguimos imaginar, neste maravilhoso poema, em que as palavras fluem de uma forma extraordinária.
Como adoro o mar, gostei muito destes versos onde o poeta o escolhe também, para fazer parte da sua poesia:

Faço-me cais do teu navegar,
Gávea soprada pelo vento
Em odor do teu maio belo.
Rebento como onda nesse mar
Na fúria louca do desalento
Nos murais de teu castelo.

Adorei!!!

Um beijinho,
Ana Paula