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quinta-feira, 26 de março de 2009

Desilusão

DESILUSÃO

Pouco depois de chegar
Mesmo com pouco saber
Quis o mundo endireitar
Sem de nada perceber

Só vim a compreender
Depois do sonho desfeito
Se o fosse possível fazer
Já outros o tinham feito

A barreira que encontraram
Foi a mesma qu’eu encontrei
Foi ali qu’eles barraram
Na mesma onde eu barrei

Sempre da mesma maneira
Do mesmo processo usado
Travam-nos sempre a carreira
No momento apropriado

Ao novo e ao bem maduro
Com visão ou atrasado
Vou-lhes dizer que o futuro
Irá ser como o passado

Vou vivendo com tristeza
Neste grande labirinto
Mesmo falando com franqueza
Não digo tudo o que sinto.

José António Salgueiro (Relatos de uma vida)





José António Salgueiro

José António Salgueiro nasceu, em 1919, no Monte de Boavista, em Montemor-o-Novo. Como filho mais velho de uma família rural, muito cedo começou a sua vida de trabalho, pois os tempos eram difíceis e era preciso ajudar no sustento da casa.
Até aos 14 anos, altura em que veio para a vila aprender o ofício de sapateiro, o José Salgueiro foi vendedor de água em feiras e romarias, vendedor de sardinhas pelos montes da região, foi trabalhador rural, ceifou, esgalhou, e tratou de hortas.
Aos 50 anos deixou de vez a profissão de sapateiro, para se dedicar a tempo inteiro a duas das suas paixões: o jogo de damas, de que é campeão, e as ervas medicinais, assunto sobre o qual tem reconhecida competência, e um livro editado que vai já na sua 5ª edição (não é anunciado na TV, mas é melhor!).
Amante da poesia desde muito novo, só agora, aos 90 anos, editou o seu primeiro livro nesta área.Um lutador pela justiça, e um apaixonado pela Natureza, o Mestre Zé Salgueiro é um Montemorense de mérito reconhecido, e recentemente alvo de homenagem na Casa do Alentejo em Lisboa.

1 comentário:

Paula disse...

Olá amigo José!

Já vi pelo que escreveste que temos um homem de muito valor, uma pessoa simples, mas que escreve muito bem, como esta bela poesia.
Parabéns para ele.
Um beijinho grande,

Ana Paula