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quinta-feira, 17 de julho de 2014

A minha pena (décimas)

A MINHA PENA


Mote


Caprichosa a minha pena

Meu jeito de versejar
Por vezes é cantilena
E embala o verbo amar.


Estranho modo é ser poeta

Penso comigo em silêncio
Escrever versos é vazio
Ou então a porta aberta 
Muitas vezes é soberba
Pode ser modo de vida
Ou então estado de alma
Ser embriagado
Ou ego inebriado
Caprichosa a minha pena.

Martírio dias a fio

De olhos fitos se mantém
É de todos e ninguém
É água solta no rio
Sozinha trema de frio
Ao olhar olhos mortiços
Leva no regaço abraços
A quem da vida está cansado
Altivez ou simples fado
Meu jeito de versejar.

É mentira é verdade

Loucura em contramão
Por vezes é encontrão
Outras leviandade
Juro até é verdade
Que corre por entre as veias
Pode ser pernas sem meias
Onde faltam os sapatos
Gritarias espalhafatos
Por vezes é cantilena

Tudo isto num poema

Eu coloco a meu prazer
Versos... Eu sei fazer
Como quem reza novena
Sinto e chego a ter pena
Deste dom que Deus me deu
Pedinte ou camafeu
Tosco altar idolatrado
O meu cunho é afiado
E embala o verbo amar.

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Poesia de António Ruivo



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