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sexta-feira, 16 de julho de 2010

Madrugada na Planície

MADRUGADA NA PLANÍCIE

Cresce vasta a planície 
Ao redor de mim. 
Todos os meus sentidos despertos, 
Todo o silêncio encoberto pela 
Lenta ascensão da madrugada.

 
A lua vai alta, 
O céu uma barreira intransponível 
Para todos aqueles
Que desenham círculos nas nuvens,
Através da imaginação.


A água descansa no orvalho da noite,
Plantas rastejam na camuflagem espessa da erva molhada.
Todos os animais dormem,
Ao longe rajadas de vento espreguiçam-se nos sobreiros secos.


Na solidão dos campos sem fim,
Crianças e velhos rezam a St. Bárbara.
Que anda pelo céu armada
De sombras cintilantes e de noivas ondulantes
Que, para sempre, voam
De nuvem em nuvem,
De castelo em castelo,
De árvore em árvore,
De avejão em avejão.
Dançando na noite
E recriando o sibilar do vento.
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Cresce vasta a planície ao redor de mim.
Desenho no espectro das árvores
Uma noiva eterna transformada em oliveira.
Para sempre noiva, cantando
Sibilos de vento rasgados de silêncio.
Aqui, no meio do Alentejo,
No limiar do mundo


Jorge Viente (letras et cetera)

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito bacana teu blog!
Depois dê uma passadinha no meu:
http://www.vanessinhaserpensante.blogspot.com

abçs

António Prates disse...

As Madrugadas na Planície são mesmo assim; onde o aroma da poesia é mais intenso e onde a fragrância das palavras tem mais sentido.