Nascer de um verso.
Diz-me vida, porque olho e te vejo
Ao longe, um tanto ou quanto difusa
Porque adormeço, na vastidão do Alentejo
Porque me sinto tantas vezes confusa
Ao olhar o dia, devia corar de desejo
Devia desabotoar os botões da blusa
Para que o sol me queime a pele, e num ensejo
Deixar que a terra faça de mim sua musa
Que cave socalcos na minha face alheia
Que se sacode, num não arrebatado
Devia-me deixar embalar na acalmia
Do calor tórrido, ou no Inverno gelado
Nas diferenças que este chão transporta
E aí terra, verias nascer um verso inacabado.
Antónia Ruivo (Escrita trocada)
Há 2 dias
1 comentário:
Nascer de um Verso é um belíssimo poema que retrata essa vastidão do Alentejo e o seu clima. Não nasci no Alentejo mas já passei férias perto de Évora em casa de familiares e o que li descreve essa realidade.
Aproveito para te desejar um bom fim-de-semana.
Beijinhos grandes,
Ana Paula
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