LAMENTO
De retalhos fui gerado
Parido em noite escura
Em nada fui embrulhado
Meu berço foi amargura
Sou filho da madrugada
Nasci nas asas do vento
Eu não sou dono de nada
Nem sequer do meu lamento
Sou da noite vagabundo
Irmão da vil tristeza
Sou cidadão deste mundo
Sou soldado da pobreza
Não tenho rumo, nem norte
Nem caminho, nem estrada
Sou inimigo da sorte
Eu não sou dono de nada
Estou preso nos sentimentos
Na mágoa, raiva e dor
Odeio meus pensamentos
Mas estou sedento de amor
José Raposo (Afectos e cumplicidades)
Há 2 dias
1 comentário:
Um "lamento" muitíssimo bem retratado neste excelente poema.
Adorei!!!
Beijinhos grandes,
Ana Paula
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