DANÇA
Entre o vazio da sala e eu
permanece fixa a tua presença,
obstinada,
alicia como quem despe com o olhar
os meus sentidos,
arrepia a minha vontade
como a lâmina de uma espada
e faz tremular a memória
ainda casta.
Inspiro o teu perfume que as paredes libertam
e a minha face ergue-se
à procura do teu beijo.
Não te alcanço.
O corpo vem por arrasto.
Não te alcanço!
Os braços estendem-se para abraçar as
partículas que ainda restam.
Não te toco!
Giro, volteio, revoluteio.
Não te encontro…
O delírio atira-me ao chão
mas a vontade ergue-me a face
à procura do teu beijo.
Vera Carvalho
(Antologia Poética – Amantes das leituras 2008)
Há 5 dias
1 comentário:
Um extraordinário poema de amor que faz "dançar" qualquer coração.
Parabéns pela escolha, para este espaço dedicado a quem sabe pôr nas palavras, o que vai na alma.
Beijinhos grandes,
Ana Paula
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