EU TINHA UM PAÍS
Eu tinha um país
- talvez a ficção de um país
(e não este país de ficção)
que me levava a atravessar as noites
iluminado pela esperança
dum dia tudo poder ser diferente
eu tinha um amor
- talvez o sonho de amar e ser amado
(e não este vazio disfarçado)
que me levava a viajar dentro das horas
iluminado pela alegria
de cada manhã nascer sempre diferente
mas afinal não tinha nada:
Só eu me possuía!
e uma tarde, olhando em redor
esvaído o rasto duma euforia
deparou-se-me o país estranho:
Só eu me possuía
nesse país que julgava ter
onde inventara o amor que não havia!
LUÍS FILIPE MAÇARICO, in "Na Liberdade", Antologia Poética , Garça Editores, Régua, 2004.
Eu tinha um país
- talvez a ficção de um país
(e não este país de ficção)
que me levava a atravessar as noites
iluminado pela esperança
dum dia tudo poder ser diferente
eu tinha um amor
- talvez o sonho de amar e ser amado
(e não este vazio disfarçado)
que me levava a viajar dentro das horas
iluminado pela alegria
de cada manhã nascer sempre diferente
mas afinal não tinha nada:
Só eu me possuía!
e uma tarde, olhando em redor
esvaído o rasto duma euforia
deparou-se-me o país estranho:
Só eu me possuía
nesse país que julgava ter
onde inventara o amor que não havia!
LUÍS FILIPE MAÇARICO, in "Na Liberdade", Antologia Poética , Garça Editores, Régua, 2004.
2 comentários:
Agradeço muito humildemente a partilha,mostrando este poema aqui. Grande abraço
LFM
Como este poema assenta que nem uma luva, no momento actual que este país atravessa.
"Tudo tínhamos e nada temos"
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