O CASTELO
Vem daí. Vem ver o festival de cor
que a Natureza esbanja, aqui, à toa.
Vem daí ouvir, à hora do calor,
a rústica flauta de ignoto pastor
e as canções que entoa.
Estão as searas a ficar doiradas,
por este Alentejo prenhe de trigais,
e as espigas cheias, luzidias, gradas,
beijam as papoilas que, envergonhadas,
enrubescem mais.
Depois, quando vires tudo isto, não
terás mais lugar seja para o que for.
Iremos beijar-nos, ébrios de paixão;
Iremos correr, saltar, cair no chão
e fazer amor!
Carlos Tomaz Cebola (Em Montemor, o Maior…)
Poema dedicado ao castelo de Montemor-o-Novo
Carlos Dinis Tomaz Cebola nasceu em Nisa, em 1928, e, depois de concluídos os estudos do curso do Magistério Primário, que efectuou em Évora, exerceu o Magistério em Reguengos de Monsaraz, Montemor-o-Novo e Luanda até 1971, passando depois por vários cargos de inspecção e direcção escolar em Luanda, até se reformar em 1994.
Voltou então a Montemor, onde havia casado e onde nasceram os seus filhos, e que tomou por terra adoptiva.
Desde 1956 que se iniciou no mundo da escrita com várias peças de teatro já escritas (e representadas), e alguns prémios ganhos a nível nacional.
Desde 1999 que deixou de escrever para teatro, continuando apenas a escrever poesia.
Há 12 horas
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